Sobreposição de Embalagens

As embalagens tem o dom de seduzir as pessoas. Mas quem disse que elas precisam brilhar ou reluzirem papéis caros e fitas novas?

A utilização de matérias comuns do nosso dia a dia e a sobreposição de papéis, fitas, e materiais diferentes, está em alta como na moda. Vemos em vitrines de lojas de roupas a utilização deste mesmo estilo. A busca por referências nos mostram que utilizar o que temos à mão em casa passa a ser moderno e super pessoal. Recordo -me do scrap que além de ter saído dos antigos e comuns diários, passaram a ser valorizados pelo estilo que foi aperfeiçoado e o tipo de prática.

As embalagens feitas em casa com materiais que tem valor sentimental e que dão mais vida ao presente é o foco. Que tal rasgar aquele antigo saquinho de pão e adaptá-lo à sua nova embalagem? Uma passada na loja de aviamentos trará à tona muitas ideias para um novo projeto. Hoje usamos muito os cordões elásticos, pingentes encontrados na Ladeira Porto Geral – SP, (maior referência do setor), carimbos com desenhos variados e os inúmeros tipos de papéis que encontramos no nosso dia a dia que se os reutilizarmos, ganhamos além de um olhar mais exclusivo do cliente, também atendemos à sustentabilidade e o planeta agradece. As embalagens são compostas pela primeira embalagem, que é o primeiro produto a ter contato com a peça em destaque, que no caso dos sabonetes pode ser: o celofane BOPP ou o Plástico Stretch, segundas embalagens, são as  que dão todo o charme e conduzem à embalagem a um estilo. Na busca inicial pela referência, antes de fazer ao certo o produto, já nos deparamos com este estilo, seja mais rústico, mais liso, com babados ou mais pesado, isso é compreendido na imagem de referência. A montagem desta segunda embalagem acontece com a união de materiais que você tenha à mão e em seguida vários testes até encontrar realmente o que combina mais e passa o que se deseja. Ainda encontramos outros tipos de embalagens para esta lista, as caixas que unem produtos e viram kits e o pacote final que entregamos ao cliente ou presenteado que pode conter folhas de seda e uma sacola com uma fita ou simplesmente um pregador.

É muito bom fazer esta pausa e separar um pouco o nosso trabalho artesanal e o que nele está acrescido o design.
Todo trabalho manual, feito a partir de materiais básicos e transformados em arte se denomina um trabalho artesanal.
Quando falamos do estudo de um conceito, de pesquisas sobre mercado e o desenvolvimento mais especifico de uma criação baseada em traços exclusivos, eu entendo como design.
Quando damos a real importância para o nosso trabalho e pensamos em nos destacar é preciso somar a arte que fazemos ao designer que existe dentro de você. Ele existe, pode acreditar! Com um pouco de estudo e lapidando o nosso olhar ele aparece e dai começamos uma nova fase no nosso trabalho. Tudo se baseia nos nossos exemplos de sucesso e onde queremos chegar. Quando olhamos para trabalho muito bem feito em um vitrine, precisamos saber admirar e também entender qual percurso o responsável por esta arte teve que fazer para conseguir chagar até ali. Sempre que penso nisso me vem à cabeça muita organização, disciplina e foco. Todo trabalho de sucesso, para realmente ter uma vida longa e ter bons resultados no fim do mês precisa de muitos detalhes. Visto que hoje zelo por uma marca que tem mais de 2000 itens e que todos precisam ter suas utilidades e respostas, sei o quanto é trabalhoso cuidar de tudo isso.
Quando falo da criação de peças e todo design que estudo para cada coleção, hoje me vejo como um cara de moda que estuda o que vai fazer e em seguida segue planejando para que a hora de colocar a mão na massa realmente surja o resultado planejado.
Falar de design é falar de estilo e isso está ligado diretamente à pesquisa de mercado para ver se o estilo escolhido atende o publico que está a sua volta e que vai consumir de fato o seu produto para gerar o resultado desejado.

Bom pelo que vimos sempre teremos bons assuntos para discutir!
Boa sorte para todos e até o próximo post.

Beijos e abraços
Peter Paiva

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Hoje temos um post muito especial, que marca o retorno do Peter Paiva como colunista do Blog do elo7, que honra! Seja bem-vindo novamente, Peter <3

Você consegue pagar as suas contas? Você se sente recompensada pelo seu trabalho no fim do mês? Como está o seu valor? Ficou pensativa com as perguntas? Então vamos conversar.

Há tempos queria escrever sobre esse assunto para tocar diretamente aquelas pessoas que vendem o seu suado trabalho a preço de banana. Quando me deparo com lembrancinhas com valores baixíssimos aqui no Elo7, eu me pergunto: “esse artesão sabe fazer conta? Será que ele acha que com uma margem baixa como essa, ou às vezes, sem margem de lucro nenhuma, vai crescer algum dia nesta profissão?”

Para provar que os preços são absurdamente baixos e fora da realidade de uma venda, eu rodei a Rua 25 de março, uma das ruas mais conhecidas de São Paulo, onde o comércio varejista é imenso e encontramos por lá o que tem de mais barato no Brasil. Pois bem, achei produtos bem mais caros e sem qualidade alguma.

Conversando com pessoas que realmente estão crescendo na área do “faça você mesmo”, eu decidi provar para estas pessoas que o crescimento se dá pelo valor que temos e embutimos no nosso trabalho. A realidade é que quem se valoriza é valorizado e quando falamos de lembrancinhas, não podemos achar que o que fazemos com tanto amor deve se comparar ou até mesmo se desvalorizar com relação aos produtos made in China! Outra informação importantíssima, os que vivem – e não apenas sobrevivem – deste mercado focaram na qualidade de seus produtos e em profissionalização.

Seriamente eu te pergunto: quanto tempo mais você vai esperar para ter realmente lucro com o seu trabalho manual? É preciso entender que, antes de vender algo a um preço irrisório, é necessário embutir os custos, a exemplo do transporte ao local de compra, a mão-de-obra (e muitas vezes contamos com a ajuda do marido, filhos, mãe, que dedicam seu tempo em ajudar sem cobrar nada em troca), o tempo de sua produção etc.

Então, acorde e valorize-se! Vista uma roupa bonita, arrume-se, endireite a postura e sonhe mais alto! Compreenda que apesar de trabalhar em casa, você deve se valorizar e consequentemente, valorizar seu trabalho.

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